sábado, 17 de fevereiro de 2018

Uma conversa solta com o escritor benguelense Gociante Patissa, que foi o convidado da edição de 17 de Fevereiro de 2018 do programa AIWÉ, SÁBADO na RÁDIO MORENA COMERCIAL, em BENGUELA, ANGOLA, com principal incidência para os desafios à produção literária em Angola e também os factores à volta do ensino das línguas africanas, com destaque para o Umbundu. 
Entrevistadores: CONSTANTINO TCHIVELA e RAQUEL NGUNDJA
Duração: Aprox. 44 minutos


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

O programa ENTRE NÓS, da Rádio Benguela, apresentado por Filomena Maria, convidou na edição do dia 05/02/2018 o escritor benguelense Gociante Patissa para uma abordagem sociocultural em torno do dia 4 de Fevereiro de 1961, data do início da luta armada de libertação Nacional em Angola. A par do aporte cultural fruto da recolha da memória colectiva e da tradiçao oral Umbundu, Gociante Patissa emprestou também à conversa a sua condição de neto de Manuel Patissa, líder religioso do interior do município do Bocoio e antigo combatente que por conta da sua postura subversiva foi preso político de 1961 a 1965 na cadeia de São Nicolau, hoje Bentiaba, província do Namibe

TRILHAS: Sulunlã (Bessa Teixeira) e Monangamba (Rui MIngas)
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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

"Kalupeteka eye lika profeta yo século 21. Nda vokayike watunda, ondimbu yokuti olwali wayovoka. Nda syo, tukasi kesulilo"

Tem muita piada, muita mesmo, o argumento "refinado" na classe intelectual para defender esse erro administrativo de nos continuarmos a negar a nós mesmos em nome da "união". Em duas ocasiões diferentes, uma num programa radiofónico emitido de Luanda para o país todo, outra noutro programa também radiofónico por Benguela, passou-se a ideia de que "quando escrevemos cota com a letra C [querendo dizer irmão, irmã, pessoa mais velha de nós, e em alguns casos pai/mãe], estamos a usar o português do Brasil e de Portugal. No português de Angola é que é com K." Mas, oh caramba!, não seria mais inteligente explicar como a palavra surge, ao invés de andarmos a branquear as coisas? Os portugueses e os brasileiros têm COTA, sim, com a letra C, que é indicador estatístico (como por exemplo a cota de 30% de representação feminina no parlamento). Agora, quando se trata de grau parentesco - e não há cá esses avanços para trás - estamos em presença da palavra de origem BANTU, que é KOTA. É assim em Kimbundu, é assim em Umbundu, pá! Se ao longo do processo histórico a "cultura superior" dominante foi cega às nossas raízes, cabe-nos, hoje que já somos (ou devíamos ser) soberanos, ensinar aspectos linguísticos na interdisciplinaridade com a história e antropologia. Como se já não bastasse a tendência de pronunciar o R carregado como se andássemos a expulsar uma espinha de peixe entalada na garganta, numa incompreensível vaidade de negar a nossa pronúncia palatina; como se já não bastasse andarmos aos sotaques mecânicos, mesmo quando até nunca botamos o pé na Europa (e não são poucos os casos); vem agora essa coisa de confundir influências regionais com erros de concepção ou normatização ortográfica. Não me venham com essas leviandades de "ah, no português do Brasil e de Portugal é com C, no nosso é que é com K", num subtil aconselhamento do tipo "tanto faz". Quer dizer, quando convém (como acontece com o ku-duro, as misses e o semba) evocamos orgulho ao que é nosso. Já quando tem que ver com aspectos da nossa identidade como africanos, reeditamos a bitola com que durante séculos fomos subjugados. Como dizemos no bom Umbundu, "Wakambi osõi!" (Tenham mais é vergonha!)
Gociante Patissa, 4 Janeiro 2015 | www.angodebates.blogspot.com

Sexto Sentido TV Zimbo com o escritor Gociante Patissa 2015

Vídeo | Lançamento do livro A Última Ouvinte by Gociante Patissa, 2010

Akombe vatunyula tunde 26-01-2009, twapandula calwa!

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